Filho Amado comenta sobre a série Black Mirror 7ª temporada episódio 3 Hotel Reverie
Black Mirror – Episódio 3: Hotel Reverie
A atriz Brandey Friday está cansada de ver o protagonismo sempre cair nas mãos de homens brancos e heterossexuais. Buscando papéis com mais representatividade, ela finalmente consegue um novo desafio: estrelar um remake de um clássico da década de 40. Mas não é qualquer remake — é uma inovação tecnológica. Todos os atores do filme original são recriados por uma tecnologia imersiva de realidade virtual.
Surpreendentemente, Brandey não interpreta uma personagem qualquer — ela assume o papel do próprio protagonista branco original, o Dr. Alex Palmer.
Mas algo inesperado acontece durante as gravações. Uma falha no sistema prende Brandey no ambiente virtual, ao lado de sua parceira romântica no filme, Clara. O que, para os produtores, durou apenas alguns minutos, dentro da simulação foram meses. E nesse tempo, as duas desenvolvem um romance real, profundo e verdadeiro.
Para que Brandey consiga sair da simulação, há apenas uma saída: finalizar o filme.
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Esse é um episódio que pode ser complicado de assistir para quem tem uma visão mais conservadora. Apesar disso, talvez ele funcione como uma crítica construtiva e até favorável à inclusão racial e sexual, principalmente em um contexto como os filmes dos anos 40 — uma época em que atores negros praticamente não tinham espaço.
A proposta de inclusão é válida e importante, mas o episódio também levanta uma questão delicada: a alteração de obras originais. No universo do episódio, a nova versão é dita como “melhor que o original”. Mas na vida real, sabemos que adaptações ousadas nem sempre agradam o público — muitas vezes são vistas como uma agressão à obra original.
Pessoalmente, acredito que a representatividade pode (e deve) ser conquistada com novos protagonistas, criados com respeito e com espaço para brilhar. Um ótimo exemplo disso são os papéis de Will Smith e Samuel L. Jackson, que se tornaram ícones não apenas pela inclusão, mas principalmente pelo talento e persistência.
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