Filho Amado fala do livro O tempo e o vento - O Continente parte 1- Érico Veríssimo
O tempo e o vento nos apresenta a família Cambará, eles estão presos em um casarão, cercados pelos inimigos.
Então voltamos no tempo em 1750 quando um grupo de missionários estão no Rio grande do Sul, eles evangelizam aldeias da região trazendo paz e prosperidade para eles.
Quando recebem uma índia grávida, que acaba morrendo no parto, mas seu bebê sobrevive, ele e chamado de Pedro, e fica sobre os cuidados dos padres, especialmente de padre Alonzo.
Alonzo percebe que Pedro tem um certo dom de perceber as coisas antes que aconteça.
O índio também acredita que a mãe dele e Nossa Senhora a santa e que ele vê ela e fala com ela.
Algum tempo depois a missão e desfeita e o governo pede para mudar de localidade a aldeia toda (por razões que não vou entrar em detalhes se não a resenha vai ficar enorme) isso traz revolta aos índios que tentam lutar por suas terras.
Depois conhecemos Maneco, D. Henriqueta um casal muito simples que com seus 3 Filhos, Ana Terra, Antônio e Horácio vivem no interior do Rio Grande do Sul, uma terra muito perigosa devido à quantidade de bandoleiros na região, mas devido à teimosia de Maneco de ter uma terra e não trabalhar para os outros eles permanecem na terra.
Um dia Ana Terra encontra o índio Pedro quase morto perto de sua casa e se apaixona por ele, mas Maneco fica com o pé atrás com ele, e logo que Pedro se cura Maneco o quer mandá-lo embora, mas Pedro o conquista com seu esforço e sua força de vontade.
Mas o amor de Ana acaba aumentando também e eles acabam se relacionando e Ana fica grávida, agora oque será desse relacionamento e de seus descendentes?
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Vemos no primeiro livro da saga chamado de O Continente a história de concentra em duas descendências dessa família, uma e Ana Terra e depois sua neta Bibiana, vemos um paralelo muito grande das duas, passam por grandes dificuldades na vida, mas seus romances e suas escolhas os fazem terem destinos contrários, mas as duas muito guerreiras conseguem superar suas dificuldades.
Com Bibiana vemos ela sendo tão submissa ao pai e a família, mas expondo sua vontade e lutando para se casar com capitão Rodrigo Cambará, um personagem bem complexo e cheio de peculiaridades.
Capitão e um homem cheio de sorrisos e alegre com a vida, gosta de jogo, mulheres, batalhas e comida.
Capitão Rodrigo e cheio de ações que nos traz muito julgamentos e incômodos, ficamos com dó de Bibiana, mas ele acaba nos conquistando e sinceramente acreditamos que ele vai mudar, o personagem me lembrou muito Don Pedro I penso até que Érico Veríssimo talvez se inspirou nele para criar o personagem.
Por isso digo o paralelo Rodrigo de Bibiana com Pedro de Ana Terra, enquanto um era folgado e mulherengo, o outro era esforçado e totalmente entregue a amada, até parece que ele estava comparando o imperador D. Pedro com o povo brasileiro.
Mas ele decide se aquetar (ou tentar se aquetar) quando se apaixona por Bibiana e com ajuda do padre Lara ele consegue se casar mesmo seus pais Pedro Terra e Arminda sendo contra.
Padre Lara e um grande amigo de Rodrigo que gera vários diálogos e pensamentos que o autor trouxe e que merecem um aprofundamento maior.
Por exemplo, quando Rodrigo pergunta para o padre sobre a escravatura que era algo bem polêmico a conversar na época.
"Isso prova que a Igreja Católica é universal. Está acima das paixões e dos interesses dos homens, que são todos iguais perante Deus.
— Iguais? Até os negros?
O padre teve um levíssimo instante de hesitação — não porque considerasse os negros animais, mas porque lhe passou pela cabeça uma dúvida quanto à maneira como o outro podia usar sua resposta.
— Até os negros, claro.
— Então por que é que vosmecê nunca protestou contra a escravatura?"
Padre Lara vai conversar com Bibiana:
"— A vontade de Deus é que cada um viva conforme os dez mandamentos.
Bibiana encolheu os ombros, incrédula, e o pe. Lara teve a impressão de que mais uma vez estava a conversar com Ana Terra, como nos velhos tempos.
— Mas quem é que sabe o que Deus quer? — perguntou ela. — A paz ou a guerra? Deus será do lado dos farrapos ou dos legalistas? Eu às vezes fico pensando...
— Deus quer tudo pelo melhor, minha filha."
Um livro que merece muito mais diálogo, mas essa resenha já ficou bem grande.
Nota 10
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Leandro Mendes de Araújo
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